segunda-feira, 5 de março de 2012

Petit Mort

Confesso que gosto de matar. Nesse momento é que me sinto um deus: um deus-verme. Dá-me um prazer indescritível. Far-se-á? Nada. Gosto do gosto do seu sangue escorrendo caudalosamente pela sua garganta obscena e esvaindo todos os seus gemidos de estertores mórbidos. É nessa hora que a vítima se mostra mais lasciva. Sabia? A morte é um momento sexual. Morrer-se-á numa posição erótica. Mesmo o mais reles cadáver, morto da mais bastarda forma, morrerá com algum glamur qualquer. A morte é o orgasmo final. Confesso que tenho gosto de matar. Gosto de ver os seus olhos gososos toda vez que vc morre. Gosto de ver seus humores desperdiçados no arrebol de uma tarde de morte. Oh, luxuria! Eros e Thanatos. O leito da concupiscência é de alguma forma um leito de morte, uma tumba, um esquife, um caixão.

Confesso que gosto de matar. Dá-me um prazer indescritível. É nessa hora que ejaculo na sua boca fria.

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