quarta-feira, 3 de abril de 2013

Disco Voador


Ali estava o imperioso disco voador sobre nossas cabeças como um pavão cibernético a girar e esvoação e espantar a poeira para fora. Eu fui o primeiro a gritar. Estavamos sentados sobre a mesa improvisada dentro do barraco de madeirite com um só comodo bastante amplo, que abrigava a um canto a tv e os sofás, a outro as camas e no centro a grande mesa feita com uma porta, brindando e comendo nosso regaloso banquete que, admito, tinha alguns ingreditentes catados no lixo, outros trazidos por minha família. Interior de minas gerais, num lugar bem abandonado e cercado por um matagal infame, e pala alta janela de ferro velho eu vi a luz brilhando e cintilando e crescendo em nossa direção - luz ali é coisa rara, nós mesmos éramos iluminados por lampiões. A luz foi crescendo crescendo crescendo e eu OLHA OLHA! UMA LUZ e dissseram deixa de ser besta menino nunca viu avião não seja da roça e eu desalentado porque no meu intimo sabia que era um ovni, li tudo no livro que eu achei no lixo, um livro de ciencias ocultas que entre ets de varginha e chupacabras tinha muitas informações dobre os discos voadores. mas a luz continuou crescendo e de respente a lux invadiu nosso lar com sua lux uria e seu explendor. por um minuto todos pensavam que era carro mas carro não passava lá. fomos todos para fora e vimos o grande majestoso incrivel disco voador parado bem em cima de nossas janelas. só vi por alguns sengundos, logo os mais velhos me empurraram para verem eles proprios o milagre. mas o tempo que eu vi ficou guardado para sempre em meu coração. tentei sair pela porta mas me impediram, disseram que era perigoso, sentiamos como se a casa fosse ser levada ou como se pudessemos ser levados e ninguem notaria nossa falta ou se lembraria de nós. aí tudo ficou escuro e o disco foi embora tão estranhamente quanto chegou. mas uma paz muito voluptuosa como acordar cheio de folego numa manha amena engolindo goles de ar como se fossem agua invadiu nossos peitos, e simultaneamente uma grande sensação de vazio nos engolfou - nada de interessante acontece conosco mesmo, o disco deve ter ido procurar uma cidade grante ou outro país.
Com essa dupla sensação voltamos então a nossa ceia de natal cheia de paz e amor, piadas infames e gritarias incivilizadas, um carinho que só uma familia simples entenderia.
Minha mãe as vezes diz que era jesus naquele disco voador, mas ele nunca mais voltou.

Um comentário: