terça-feira, 29 de maio de 2012

Alter Ego Trip


Agora, eu sou uma faca. Quero entrar e sair do seu ventre. Quero dilacerar suas ancas maciças. Quero ver o sangue aflorar a pele. Floreando a superfície curvilínea. Quero entrar e ficar no seu seio. Quero fincar-me na carne macia. Quero alcançar os seus órgãos internos. E interromper de vez as batidas.

Agora, eu sou uma corda. Quero amarrar-te em cada articulação. Amordaçar suas palavras mordazes. Romper o brilho dos seus olhos medonhos. Se fosse faca, outra vez, retalharia. Mas, entretanto, agora sou uma corda. Quero apertar suas carnes macias. Imobilizar seus gestos idiotas. Que imobilizam minha volúpia submissa. O idiota por aqui sou eu. Quero açoitar sua bunda calipígia. E sufocar os seus gritos no breu.

Agora, eu sou um pensamento. Quero penetrar o seu cérebro virgem. Aconchegar sua cabeça errática. Quero domar o seu gênio indomável. E cavalgar suas sinapses indômitas. Massagear seu ego incontrolável. Quero fazer cafuné no seu dentro. Liberar todos os seus hormônios de uma vez. Liberar todos os seus demônios de vez. Quero devastar sua mente assustadora. Quero tornar-me, por fim, o seu rei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário