Não me interrompa! Estou fluorescente! Não me alimente. Não me interrompa! Rompa daqui, com os seus trajes rotos, seus rostos, seus desgostos, seu arroto aristocrático, seu senso patético, estético e prático e suas artes práticas decadentes. Não me convença, pois estou descrente. Não como um desiludido, mas como um ser fluorescente. Ide! Parta! Não quero ver-lhe. Ide. Saia do meu caminho e deixe-me caminhar altivo, de cara alegre e cruel, feliz e mau, com o pau duro. Tudo me pertence. Olho para o horizonte e ele não tem fim. Olho para o fim e ele não tem mais horizontes, e o horizonte já não tem, nos meus olhos, seu fim. Refletimo-nos mutuamente, como o céu e o mar, e somos a essência de um mesmo todo, poderoso e fluorescente. É, pode crer que sim. Posso esmagar vc com um simples sopro, ou com uma deliciosa carícia, à minha guisa. Que fazeis aqui? Ide! Parti! P-Partiu. Puta que pariu... Volte. Não, não quero mais. Pronto. Fique aí, fique onde quiser, mas não me interrompa: estou fluorescente.
Saia da frente do sol: vc está me tapando para ele.
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