segunda-feira, 5 de março de 2012

Fluorescente Adolescente

Não me interrompa! Estou fluorescente! Não me alimente.  Não me interrompa! Rompa daqui, com os seus trajes rotos, seus rostos, seus desgostos, seu arroto aristocrático, seu senso patético, estético e prático e suas artes práticas decadentes. Não me convença, pois estou descrente. Não como um desiludido, mas como um ser fluorescente. Ide! Parta! Não quero ver-lhe. Ide. Saia do meu caminho e deixe-me caminhar altivo, de cara alegre e cruel, feliz e mau, com o pau duro. Tudo me pertence. Olho para o horizonte e ele não tem fim. Olho para o fim e ele não tem mais horizontes, e o horizonte já não tem, nos meus olhos, seu fim. Refletimo-nos mutuamente, como o céu e o mar, e somos a essência de um mesmo todo, poderoso e fluorescente. É, pode crer que sim. Posso esmagar vc com um simples sopro, ou com uma deliciosa carícia, à minha guisa. Que fazeis aqui? Ide! Parti! P-Partiu. Puta que pariu... Volte. Não, não quero mais. Pronto. Fique aí,  fique onde quiser, mas não me interrompa: estou fluorescente. 

Saia da frente do sol: vc está me tapando para ele.

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